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sábado, 3 de dezembro de 2011

2011 / Centenários do nascimento de escritores neorrealistas

Manuel da Fonseca -
Santiago do Cacém
15 de Outubro de 1911Lisboa, 11 de Março de 1993
poeta, contista, romancista e cronista português

Após ter terminado o ensino básico, Manuel da Fonseca prosseguiu os seus estudos em Lisboa. Estudou no Colégio Vasco da Gama, Liceu Camões, Escola Lusitânia e Escola de Belas-Artes. Apesar de não ter sobressaído na área das Belas-Artes, deixou alguns registos do seu traço sobretudo nos retratos que fazia de alguns dos seus companheiros de tertúlias lisboetas como é o caso de José Cardoso Pires. Durante os períodos de interregno escolar, aproveitava para regressar ao seu Alentejo de origem. Daí que o espaço de eleição dos seus primeiros textos seja o Alentejo. Só mais tarde, a partir de Um Anjo no Trapézio é que o espaço das suas obras passa a ser a cidade de Lisboa.

Fez parte do grupo do Novo Cancioneiro e foi membro do Partido Comunista Português (PCP); é considerado por muitos como um dos melhores escritores do neorrealismo português. Nas suas obras, carregadas de intervenção social e política, relata como poucos a vida dura do Alentejo e dos alentejanos.

A sua vida profissional foi muito díspar tendo exercido nos mais diferentes setores: comércio, indústria, revistas, agências publicitárias, entre outras.

Era presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores quando esta atribuiu o Grande Prémio da Novelística a José Luandino Vieira pela sua obra Luuanda, o que levou ao encerramento desta instituição.

Em sua homenagem, a escola secundária de Santiago do Cacém, denomina-se Escola Secundária Manuel da Fonseca e a biblioteca municipal de Castro Verde, Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca.

in Wikipédia, [nov/2011], [adaptado]

OBRAS
Poesia

  • Rosa-dos-ventos – 1940 - Edição do autor
  • Planície – 1941
  • Poemas dispersos – 1958
  • Poemas completos – 1958

Contos

  • O Retrato - 1953
  • Aldeia Nova – 1942
  • O Fogo e as cinzas – 1953 - Edição Três Abelhas
  • Um anjo no trapézio – 1968
  • Tempo de solidão – 1973
  • Tempo de solidão - Edição especial dos Estúdios Cor (edição limitada e oferecida pela editora no Natal de 1973).
  •  Mestre Finezas

Romance

  • Cerromaior – 1943 Editorial Inquérito
  • Seara de vento – 1958

Crónicas

  • Crónicas algarvias – 1986
  • À lareira, nos fundos da casa onde o Retorta tem o café
  • O vagabundo na cidade
  • Pessoas na paisagem

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Alves Redol

António Alves Redol nasceu em 1911, em Vila Franca de Xira. Frequenta o Curso Comercial, que conclui em 1927 e no ano seguinte parte para Angola, onde fica durante três anos.

A sua passagem por Angola não é muito feliz, mas traz-lhe experiências que dão uma outra visão do mundo e lhe servirão mais tarde na sua atividade literária.

É em 1936 que inicia a sua atividade literária, tornando-se colaborador do jornal O Diabo, para onde escreve crónicas e contos ribatejanos. Mas Redol viria a destacar-se principalmente como romancista e dramaturgo, sendo considerado um dos grandes expoentes do neorrealismo literário português. O grande exemplo disso é o seu

primeiro romance Gaibéus (1939)               

que nas palavras do autor "não pretende ficar na literatura como obra de arte. Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no Ribatejo. Depois disso será o que os outros entenderem."

Esta preocupação em não se limitar à ficção e partir da experiência vivida e documentada será um traço fundamental da sua obra. Além de ir para a Ribeira do Tejo ouvir as histórias dos trabalhadores e das varinas e do Ciclo do Arroz, "viveu no Pinhão para ficar a conhecer o Douro e as suas gentes, descendo o rio com as tripulações dos barcos rabelos, esteve à beira de um naufrágio nos mares da Nazaré, ao sair para a faina com os pescadores para preparar "Uma Fenda na Muralha""(Ana Maria Pereirinha, 1996).

Como romancista Alves Redol destaca-se ainda pelas obras Marés (1941); Avieiros (1943; Fanga (1944); Reinegros (1945); Porto Manso (1946); Ciclo Port-Whine, composto de três romances escritos entre 1949 e 1953; A Barca dos Sete Lemes (1958); Uma Fenda na Muralha (1959) e Barranco de Cegos (1962), a sua obra-prima. Estas três últimas fazem parte de uma fase que começou com A Barca dos Sete Lemes e em que a intervenção política e social é posta em segundo plano, dando lugar a um centramento nas personagens e na sua evolução psicológica. Dá-se, portanto, na obra de Alves Redol, um desvio da corrente literária neorrealista.

Como dramaturgo destacam-se as peças de teatro Forja (1948) e O Destino Morreu de Repente (1967), objetos de censura nas tentativas que se fizeram de as levar à cena.

"A obra literária de Alves Redol poderá ficar para a história da literatura do século XX fundamentalmente como uma obra desigual, em termos de valor formal e artístico, mas é unanimemente considerada como uma obra de grande capacidade de rigor e observação da realidade social e de grande autenticidade e honestidade no seu empreendimento"(idem).
Alves Redol morreu, em Lisboa, em 1969.

in Wikipédia, [nov/2011], [adaptado]
[recolha pelo prof. J. Rafael Tormenta]