No dia 4 de abril, pelas 9h, no Auditório da ESGN, os alunos do 11ºC e 12ºA participaram numa sessão de Poesia, dinamizada pelo poeta José Bernardes.
Segundo o escritor, a sua poesia é o reflexo de temperamentos díspares, onde o mundo, como um todo, é abarcado pelo pensamento poético e filtrado por aquilo a que, recorrentemente, chama "memória. Os temas são os mais variados: amor, solidão, a própria escrita, a matemática, a palavra como símbolo.
Falou-nos acerca do que é para si a inspiração poética, podendo surgir de uma fotografia que nos diz algo, sendo as palavras o seu reflexo. Deu, como exemplo, o seu poema “Vestida-de-Corvos”, projetando a fotografia que lhe serviu de inspiração
Noutras alturas, a inspiração pode vir de encontro a uma necessidade intrínseca. As fontes de inspiração são díspares, o mundo inteiro serve de inspiração para qualquer obra de arte. No repositório humano, na memória, tudo se conjuga, podendo fluir para a poesia. Na memória encontram-se ideias em certas peças, pequenos puzzles que tomam determinada forma, consoante a direção que o poeta lhes imprime. A sua formação académica, licenciatura em Matemática Aplicada, igualmente lhe serve de inspiração, na aplicação das leis da associatividade, da comutatividade. Exemplificou com o seu poema “O Diluir do tempo”, lido pelos alunos Ricardo e Ana Isabel, do 11ºC.
Na poesia, muda-se o significado das palavras, muda-se o contexto e podemos então ter novas formas de ver o mundo. Tal como a Matemática é um mapa da realidade exterior, também a Poesia é um mapa, mas da realidade interior. É no encadeamento de certos símbolos que se fazem significados, criando-se a beleza na Poesia.
José Bernardes referiu que há igualmente inspirações momentâneas, onde surgem as metáforas, mas a maior parte da obra poética é fruto de muito trabalho.
Nesta sessão, houve momentos de leitura expressiva de poemas de José Bernardes, por alunos do 11ºC, tais como “Livro”, dito por Iolanda Morais. “Tanto mar numa só vida”, por Joaquim Vieira e pelo próprio autor. O poeta partilhou a fonte de inspiração para este poema, numa esplanada a olhar para o mar. O poema “A criação da gravidade”, por Ricardo e Ana Isabel, em que o verso E valso-te sobre as esferas se inspira em Henry Purcell, igualmente fonte de inspiração para José Bernardes, assim como uma grande diversidade de géneros musicais. Finalmente, o poema “Prólogo”, por Inês Almeida e Iolanda Morais. Os alunos do 11ºC foram orientados pela profª Lourdes Silva, na leitura expressiva de poemas.
No final da sessão, José Bernardes deu conselhos para quem quer escrever poesia, recomendando a leitura de muita poesia, antiga, moderna, como Ruy Belo, Isabel de Sá, Jorge Velhote, Walt Whitman, T.S. Eliot, entre outros. Para além da leitura de Poesia, aconselhou a insistência na escrita, apurando a própria técnica.
Foram bons momentos com a Poesia
Os nossos agradecimentos ao poeta José Bernardes
os nossos agradecimentos igualmente
às professoras que orientaram/ acompanharam os alunos
Lourdes Silva e Margarida Neto