quarta-feira, 30 de abril de 2014

Encontro, via Skype, entre a escritora Mª Teresa Maia Gonzalez e alunos dos 7º, 8º e 10º anos

No dia 14 de maio, pelas 10h05, irá decorrer, no Auditório da ESGN, o 4º Encontro, via Skype, entre a escritora Mª Teresa Maia Gonzalez e alunos dos 7º, 8º e 10º anos da ESGN, muito do agrado de todos.
Os alunos têm feito leituras comentadas à volta dos seus livros “
Cartas da Beatriz”, “A Lua de Joana” eA Cruz Vazia.

        Cartas da Beatriz       

Algumas Fichas Informativas/ de Trabalho:

- Mª Teresa Maia Gonzalez – biobibliografia / A Lua de Joana
- A Lua de Joana – passagens em destaque/ reflexões
- A Lua de Joana – atividade: texto de opinião

- - - BOAS REFLEXÕES - - -

terça-feira, 29 de abril de 2014

Dia da Mãe – leitura expressiva de poema

 

 

leitura expressiva do Poema à mãe, de Eugénio de Andrade, pelo prof. Castro Alves




































image

               Poema à Mãe

No mais fundo de ti, 
eu sei que traí, mãe.

Tudo porque já não sou 
o menino adormecido 
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras 
que há leitos onde o frio não se demora 
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo 
são duras, mãe, 
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração 
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas, 
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
 
Mas tu esqueceste muita coisa; 
esqueceste que as minhas pernas cresceram, 
que todo o meu corpo cresceu, 
e até o meu coração 
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? — 
às vezes ainda sou o menino 
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração 
rosas tão brancas 
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz: 
          Era uma vez uma princesa 
          no meio de um laranjal...

Mas — tu sabes — a noite é enorme, 
e todo o meu corpo cresceu. 
Eu saí da moldura, 
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe. 
Guardo a tua voz dentro de mim. 
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade, in Antologia Breve

~   FELIZ DIA DA MÃE   ~

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Vasco Graça Moura (1942-2014)

Morreu Vasco Graça Moura, um intelectual renascentista no século XXI ler notícia no Público

                                                                                      Imagem: Público

 

soneto do amor e da morte

quando eu morrer murmura esta canção 
que escrevo para ti. quando eu morrer 
fica junto de mim, não queiras ver 
as aves pardas do anoitecer 
a revoar na minha solidão.

quando eu morrer segura a minha mão, 
põe os olhos nos meus se puder ser, 
se inda neles a luz esmorecer, 
e diz do nosso amor como se não

tivesse de acabar, sempre a doer, 
sempre a doer de tanta perfeição 
que ao deixar de bater-me o coração 
fique por nós o teu inda a bater, 
quando eu morrer segura a minha mão.

       Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"

|via RBE|

Obras do escritor na BE-ESGN:
Os Lusíadas para gente nova;
Camões e a divina proporção;
Cartas a um jovem poeta, de Rainer Marie Rilke, trad., pref., notas Vasco Graça Moura

segunda-feira, 21 de abril de 2014

23/04 – Dia Mundial do Livro / 25 de Abril

 

23 e 25 abril cartaz final

 

  image
image

image

       - / -  PARA QUE A MEMÓRIA NÃO NOS FALHE - / -

         25 de Abril contado pelos Protagonistas

  clique na imagem para aceder à pág. de acesso a estes testemunhos

image

 

PORTUGAL: REVOLUÇÃO E TRANSIÇÃO PARA A DEMOCRACIA

Se recuássemos uns anos, até antes do 25 de Abril de 1974, não reconheceríamos Portugal.

Não havia liberdade. Existia censura, a actividade política, associativa e sindical era quase nula e controlada pela polícia política, havia presos políticos, a Constituição não garantia os direitos dos cidadãos, Portugal mantinha uma guerra colonial e encontrava-se praticamente isolado na comunidade internacional.

A informação e as formas de expressão cultural eram controladas, fazia-se uma censura prévia que abrangia a Imprensa, o Cinema, o Teatro, as Artes Plásticas, a Música e a Escrita. Não havia Liberdade.

A actividade política estava condicionada, não existiam eleições livres e a única organização política aceite era a União Nacional/Acção Nacional Popular. A oposição ao regime  autoritário de Salazar e depois de Marcelo Caetano, era perseguida pela polícia política (PIDE/DGS) e tinha de agir na clandestinidade ou refugiar-se no exílio.

Os oposicionistas, sob a acusação de pensarem e agirem contra a ideologia e prática do Estado Novo, eram presos em cadeias e centros especiais de detenção (Caxias, Aljube Tarrafal). Não havia Liberdade nem Democracia.

A Constituição não garantia o direito dos cidadãos à educação, à saúde, ao trabalho, à habitação. Não existia o direito de reunião e de livre associação e as manifestações eram proibidas. Não havia Liberdade.

Portugal estava envolvido na guerra colonial em Angola, na Guiné e em Moçambique, o que gerou o protesto de milhares de jovens e se transformou num dos temas dominantes da oposição ao regime, com especial realce para os estudantes universitários. Não havia Liberdade nem Paz.

Hoje é difícil imaginar como era Portugal antes do 25 de Abril de 1974. Mas, se pensarmos que, por exemplo, as escolas tinham salas e recreios separados para rapazes e raparigas, que muitos discos e livros estavam proibidos, que existiam nas Rádios listas de música que não se podia passar, que havia bens de consumo que não se podiam importar, que não se podia sair livremente do país, que sobre todos os rapazes de 18 anos pairava o espectro da guerra, será mais fácil compreender porque é que a Mudança  teve de acontecer e como é que Portugal se tornou diferente.

LER + …

in Centro de Documentação 25 de Abril © 2012, [21/04/2014]


Artigos alusivos ao 24/ 25 de Abril
,
in revista Visão

 

Os 900 livros que a Censura proibiu
                                                                                                       in Expresso, [22/04/2014]

Ebooks gratuitos

                                            in Ler ebooks: a leitura em ecrã, [22/04/2014]



 

O Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril.  Este ano, a imagem do cartaz da DGLAB é da autoria da Lupa Design.

O Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril, dia de São Jorge.
Esta data foi escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge (Saint Jordi) e recebem em troca, um livro. Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare e Cervantes, desaparecidos nesta data em 1616.

in DGLAB – Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, [21/04/2014]

 

 

malala_DML 2014


 

O QUE MUDOU EM PORTUGAL COM O 25 DE ABRIL

in Animações do DVD "25 de Abril, 32 Anos, 32 Perguntas"

 

FLMES SOBRE O 25 DE ABRIL


“As portas que Abril abriu” – Ary dos Santos

 

cravo 25Abril

  22042014(002) 22042014
  22042014(007) 22042014(008)
  painel2 22042014(005)

painéis comemorativos pelo prof. Rafael Tormenta

cravo poema











oferecido à comunidade escolar


Deixe um comentário/ reflexão sobre “O direito à Liberdade

domingo, 20 de abril de 2014

Gabriel García Márquez (1927-2014)

 

                                          in Chão de Areia, [26/04/2014]


Escritor colombiano nascido a 6 de março de 1927 em Aracataca, faleceu a 17 de abril de 2014 na Cidade do México. Desde logo deixado ao cuidado dos seus avós, um coronel na reserva, ex-combatente na guerra civil, e uma apaixonada pelas tradições orais indígenas, estudou na austeridade de um colégio de jesuítas.
Terminando os seus estudos secundários, ingressou no curso de Direito da Universidade de Bogotá, mas não o chegou a concluir. Fascinado pela escrita, transferiu-se para a Universidade de Cartagena, onde recebeu preparação académica em Jornalismo. Publicou o seu primeiro conto, "La Hojarasca", em 1947. No ano seguinte, deu início a uma carreira como jornalista, colaborando com inúmeras publicações sul-americanas.
No ano de 1954 foi especialmente enviado para Roma, como correspondente do jornal El Espectador mas, pouco tempo depois, o regime ditatorial colombiano encerrou a redação, o que contribuiu para que Márquez continuasse na Europa, sentindo-se mais seguro longe do seu país.
Em 1955 publicou o seu primeiro livro, uma coletânea de contos que já haviam aparecido em publicações periódicas e que levou o título do mais famoso, La Hojarasca. Passando despercebida pelo olhar da crítica, a obra inclui contos que lidam compassivamente com a realidade rural da Colômbia.
Em 1967 publicou a sua obra mais conhecida, o romance Cien Años De Soledad (Cem Anos de Solidão), romance que se tornou num marco considerável no estilo denominado como realismo mágico. Em El Otoño Del Patriarca (1977), Márquez conta a história de um patriarca, cuja notícia da morte origina uma autêntica luta de poder.
Uma outra obra tida entre as melhores do escritor é Crónica De Una Muerte Anunciada (1981, Crónica de uma Morte Anunciada), romance que descreve o assassinato de um homem em consequência da violação de um código de honra. Depois de El Amor En Los Tiempos De Cólera (1985, Amor em Tempos de Cólera), o autor publicou El General En Su Laberinto (1989), obra que conta a história da derradeira viagem de Simão Bolívar para jusante do Rio Magdalena. Em 2003, as Publicações D. Quixote editam, deste autor, Viver para Contá-la, um volume de memórias de Gabriel García Márquez onde o autor descreve parte da sua vida. Em 2005 foi publicada outra obra de sucesso Memoria de Mis Putas Tristes (Memória das Minhas Putas Tristes).
Gabriel García Márquez foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1982.

in Infopédia, [20/04/2014]

Ver notícias no Público, [26/04/2014]

Obras na BE-ESGN:
Cem Anos de Solidão;
Crónica de uma morte anunciada;
A hora má: o veneno da madrugada;
O outono do patriarca;
Maria dos Prazeres;
Um senhor muito velho com umas asas enormes

terça-feira, 8 de abril de 2014

Sessão de Poesia com o poeta José Bernardes, 4/04/14

No dia 4 de abril, pelas 9h, no Auditório da ESGN, os alunos do 11ºC e 12ºA participaram numa sessão de Poesia, dinamizada pelo poeta José Bernardes.
Segundo o escritor, a sua poesia é o reflexo de temperamentos díspares, onde o mundo, como um todo, é abarcado pelo pensamento poético e filtrado por aquilo a que, recorrentemente, chama "memória. Os temas são os mais variados: amor, solidão, a própria escrita, a matemática, a palavra como símbolo.
Falou-nos acerca do que é para si a inspiração poética, podendo surgir de uma fotografia que nos diz algo, sendo as palavras o seu reflexo. Deu, como exemplo, o seu poema “Vestida-de-Corvos”, projetando  a fotografia que lhe serviu de inspiração

A aluna do Clube de Teatro, Filipa Gomes, leu expressivamente o poema



04042014(001)

Noutras alturas, a inspiração pode vir de encontro a uma necessidade intrínseca. As fontes de inspiração são díspares, o mundo inteiro serve de inspiração para qualquer obra de arte. No repositório humano, na memória, tudo se conjuga, podendo fluir para a poesia. Na memória encontram-se ideias em certas peças, pequenos puzzles que tomam determinada forma, consoante a direção que o poeta lhes imprime. A sua formação académica, licenciatura em Matemática Aplicada, igualmente lhe serve de inspiração, na aplicação das leis da associatividade, da comutatividade. Exemplificou com o seu poema “O Diluir do tempo”, lido pelos alunos Ricardo e Ana Isabel, do 11ºC.

 

Na poesia, muda-se o significado das palavras, muda-se o contexto e podemos então ter novas formas de ver o mundo. Tal como a Matemática é um mapa da realidade exterior, também a Poesia é um mapa, mas da realidade interior. É no encadeamento de certos símbolos que se fazem significados, criando-se a beleza na Poesia.
José Bernardes referiu que há igualmente inspirações momentâneas, onde surgem as metáforas, mas a maior parte da obra poética é fruto de muito trabalho.
Nesta sessão, houve momentos de leitura expressiva de poemas de José Bernardes, por alunos do 11ºC, tais como “Livro”, dito por Iolanda Morais. “Tanto mar numa só vida”, por Joaquim Vieira e pelo próprio autor. O poeta partilhou a fonte de inspiração para este poema, numa esplanada a olhar para o mar. O poema “A criação da gravidade”, por Ricardo e Ana Isabel, em que o verso E valso-te sobre as esferas se inspira em Henry Purcell, igualmente fonte de inspiração para José Bernardes, assim como uma grande diversidade de géneros musicais. Finalmente, o poema “Prólogo”, por Inês Almeida e Iolanda Morais. Os alunos do 11ºC foram orientados pela profª Lourdes Silva, na leitura expressiva de poemas.

 

No final da sessão, José Bernardes deu conselhos para quem quer escrever poesia, recomendando a leitura de muita poesia, antiga, moderna, como Ruy Belo, Isabel de Sá, Jorge Velhote, Walt Whitman, T.S. Eliot, entre outros. Para além da leitura de Poesia, aconselhou a insistência na escrita, apurando a própria técnica.

Foram bons momentos com a Poesia

Os nossos agradecimentos ao poeta José Bernardes

os nossos agradecimentos igualmente
às professoras que orientaram/ acompanharam os alunos
Lourdes Silva e Margarida Neto

Rosa vermelha

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Semana da Leitura - Leituras Interturmas / tema: “A Língua Portuguesa”

No âmbito da comemoração da Semana da Leitura, realizaram-se, entre 24 e 28 de março/ 2014, na ES Gaia Nascente, “Leituras Interturmas” de textos de autores da lusofonia, do séc. XV à atualidade.

Os alunos do 7º ano -

Elsa, Inês Magalhães, Inês Reis, Margarida, Gonçalo Costa, Gonçalo Tavares (7ºK); André, Diana e Liliana Campos  (7ºL), alunos do Ateliê Ler sem Medo - leram expressivamente às turmas do 8º ano e ao 3A.

Os alunos do 8º ano - Pedro Barros, Tiago, Sofia (8ºJ); Fábio Moreira, João Jesus e Marisa (8ºK); Bruno Martins, Mariana Costa, Mariana Ribeiro (8ºL) leram expressivamente às turmas do 7º e 9º anos.

Os alunos do Clube de Teatro Cláudia Raquel, Filipa Gomes e Luís Martins leram expressivamente às turmas do ensino secundário.

 

Os alunos dos 7º e 8º anos foram orientados pelas professoras Ana Ramos, Amélia Poças, Eugénia Teixeira e Isabel Seca, e pelo professor do Clube de Teatro, Rafael Tormenta.
Umas das gravações das leituras nas turmas contaram, igualmente, com a colaboração da aluna Érica Rodrigues do 7ºL.

na BE-ESGN, realizou-se uma Feira do Livro alusiva a esta celebração

este evento foi do agrado de todos os participantes
Parabéns a todos!

terça-feira, 1 de abril de 2014

Sessão de Poesia com o poeta José Bernardes

No dia 4 de abril, pelas 9h, no Auditório da ESGN, os alunos do 11ºC e 12ºA vão participar numa sessão de Poesia, dinamizada pelo poeta José Bernardes.

José Carlos Bernardes

 

                                Poeta corpo do poema

A cabeça cresce tremenda sobre a expectante planície do futuro
é um orbe que orbita pela vasta simetria das coisas contrárias
e que arquitetando sobre a imensidão do passado
desliza pelas vagas da fantasia
quebrando os grilhões da realidade
O torso torce-se servindo uma vontade invisível
é como o pinheiro manso que tomba na direção
dos mandamentos do vento
escritos na tábua rasa das odes do mar
afirmando assim o seu contínuo sim
à infindável proficuidade das marés
As mãos manejam a pena cerrando-se fortes
na intensa ideia que se derrama no presente
e voam varejando as nuvens
aparando a queda de um contínuo versejar
com que dão corpo ao copo donde copiosamente
e avidamente se embebedam
Os dedos sangram com a intensidade de um suspiro
enquanto os mochos volteiam as asas da noite
na sua cega caçada da cor
e penetrantes percorrem as variadas formas do sentir
valendo-se da tenacidade transportada pelo tempo
essa música miúda e discreta
eterna reverberação da beleza universal
Os pés mergulham profundos no poema
até que ossos e sangue petrificados
se estilhaçam no espelho da palavra escrita

in José Bernardes, Mãos Inquietas, Porto, Edita-me, 2012

O escritor tem publicados os livros “Palavras Imóveis” e “Mãos Inquietas”.

image



Encontra-se à venda
na BE-ESGN
o seu livro Mãos Inquietas

preço especial: 10€

 

 

José Bernardes nasceu em1966 na cidade de Lisboa, onde viveu até 2007. Nesse ano mudou-se para Vila Nova de Gaia onde reside atualmente.
Licenciado em Matemática Aplicada sempre trabalhou nas áreas das Tecnologias de Informação.
Desde que se conhece que se interessa por Artes, em particular por Literatura e Música.
A escrita surge numa fase avançada da sua vida.

in Edita-me, [1/04/2014]