"Nascida a 25 de Janeiro de 1946, na vila de Alhandra, freguesia de Vila Franca de Xira. Filha de pais operários, entrou para a clandestinidade em 1953, com apenas 7 anos. Em 1959, com 13 anos, foi promovida a membro do PCP e funcionária com salário. Viveu clandestina em Portugal até aos 24 anos de idade, pelo que teve de abandonar a escola precocemente. Mais tarde, chegou a completar o actual 7º ano.
Rompeu com a clandestinidade, mas também com o PCP, em solidariedade com o funcionário clandestino Silva Marques, com quem vivia.
Esteve exilada em Paris, a partir de Abril de 1970, só regressando a Portugal em Janeiro de 1975. Foi em França que conheceu o marido, Joaquim Soares Santos Júnior, e nasceu o primeiro filho. O segundo filho nasceu já em Portugal, em 1977.
De regresso ao Porto, inscreveu-se como membro do entretanto legalizado PCP, chegando a integrar, nos anos de 1980, as listas do PCP para a Assembleia de Freguesia de Oliveira do Douro. Fez parte do Movimento Democrático de Mulheres.
Em 1991 rompeu com o PCP devido à reacção da direcção comunista ao golpe de Estado na URSS e em solidariedade com os camaradas então expulsos - Barros Moura, Raimundo Narciso e Mário Lino.
Após o 25 de Abril manteve sempre actividade cívica e política, participando, nomeadamente, nas campanhas pela despenalização do aborto. E foi voluntária da APFADA durante vários anos.
Aos 69 anos foi eleita deputada pelo Bloco de Esquerda à Assembleia da República."