Andava um dia Em pequenino Nos arredores De Nazaré, Em companhia De São José, O bom Jesus, O Deus Menino.
Eis senão quando Vê num silvado Andar piando Arrepiado E esvoaçando Um rouxinol, Que uma serpente De olhar de luz Resplandecente Como a do Sol, E penetrante Como diamante, Tinha atraído, Tinha encantado.
Jesus, doído Do desgraçado Do passarinho, Sai do caminho, Corre apressado, Quebra o encanto, Foge a serpente.
E de repente O pobrezinho, Salvo e contente, Rompe num canto Tão requebrado,
De uma alegria, Uma expansão, Uma veemência, Uma expressão, Uma cadência, Que comovia O coração!
Jesus caminha No seu passeio, E a avezinha Continuando No seu gorjeio Enquanto o via; De vez em quando Lá lhe passava A dianteira E mal poisava, Não afroixava Nem repetia, Que redobrava De melodia!
Assim foi indo E foi seguindo. De tal maneira, Que noite e dia Numa palmeira, Que havia perto Donde morava Nosso Senhor Em pequenino (Era já certo) Ela lá estava A pobre ave Cantando o hino Terno e suave Do seu amor Ao Salvador!
João de Deus [recolha do professor Francisco Martins]
PAINÉIS COMEMORATIVOS o NATAL --- o AMBIENTE --- os LIVROS [pelos professores Rafael Tormenta e Andrelina Silva, respectivamente]