Morreu Vasco Graça Moura, um intelectual renascentista no século XXI – ler notícia no Público
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soneto do amor e da morte quando eu morrer murmura esta canção |via RBE|
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"
Obras do escritor na BE-ESGN:
Os Lusíadas para gente nova;
Camões e a divina proporção;
Cartas a um jovem poeta, de Rainer Marie Rilke, trad., pref., notas Vasco Graça Moura